As obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Jardim dos Pinheiros, o Pinheirinho, foram concluídas na semana passada com a construção de uma lagoa para tratamento terciário, que terá a função de eliminar a entrada de nitrogênio e fósforo na represa Billings.
O empreendimento completa o processo de funcionamento da primeira estação de tratamento de esgoto construída em área de manancial, inaugurada no final de março. Com dois metros de profundidade, 40 metros de extensão e oito metros de largura, a lagoa vai operar a partir de um processo natural, sem qualquer tipo de produto químico, com o plantio de espécies como lírio do brejo, arroz e taboa. As raízes das plantas, que começaram a ser plantadas no dia 9 de junho, serão responsáveis pela absorção do nitrogênio e fósforo, antes da água tratada que vem da estação ser lançada na represa.
“Na prática, teremos uma ilha de plantas catalisadoras desses elementos. O nitrogênio e o fósforo são componentes que aceleram a reprodução de algas na Billings”, disse a diretora do Departamento de Meio Ambiente, Sônia Lima.
A construção da lagoa atende uma recomendação da Promotoria do Meio Ambiente, que na época da assinatura do termo de Ajustamento de Conduta (TAC), solicitou que a ETE também adotasse o tratamento terciário.
Para o presidente da Sociedade Amigos do Bairro do Jardim dos Pinheiros, José Oliveira da Silva, conhecido como Zé do Pinheirinho, a conclusão das obras é resultado de um amplo trabalho envolvendo a comunidade e o poder público. “Estamos mais conscientes e sabemos da importância de preservarmos o meio ambiente. A qualidade da água que passa pela estação já melhorou bastante e a expectativa é de que melhore ainda mais”, afirmou.
A Estação de Tratamento do Pinheirinho trata do esgoto de 816 famílias que vivem no local, o que representa 360 mil litros diários.
Como funciona a estação - Assim que o esgoto chega a estação é feito um tratamento preliminar para a separação de detritos mais grosseiros. Em seguida, o efluente passa por um tanque, onde bactérias anaeróbicas – que não necessitam de oxigênio – promovem a depuração de cerca de 60% da matéria orgânica. Após esse processo, o esgoto passa para um equipamento chamado biodisco – um grande carretel submerso na água. Nele, bactérias aeróbicas – que precisam de oxigênio – consomem a matéria orgânica restante. À medida que o carretel gira, as bactérias, grudadas no equipamento, captam o oxigênio necessário na atmosfera.
Enquanto as bactérias se alimentam no biodisco, elas também se reproduzem formando um lodo biológico. Para controlar o excesso de bactérias, o lodo é tratado em um decantador e depois recolocado no início da estação, onde acaba servindo de comida para as bactérias anaeróbicas.
Como parte do processo final, a lagoa para tratamento terciário recebe a água que vem da estação, onde é feito um tratamento por raízes de plantas, eliminando o nitrogênio e o fósforo antes da água ser lançada na represa. A partir daí, o esgoto fica livre de sua carga poluente, com um índice de 95% de pureza, quando então é lançado na Represa Billings.
(Leia a matéria sobre a entrega das obras na pag. 07)
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