O acordo para um novo teto da dívida dos Estados Unidos costurado pelo governo, pelo presidente americano, Barack Obama, e por representantes dos partidos Republicano e Democrata foi aprovado na noite desta segunda-feira na Câmara dos Representantes - equivalente à Câmara dos Deputados. O projeto de lei vai agora para o Senado - que deve votá-lo nesta terça-feira - e, se aprovado novamente, segue para sanção do presidente Obama. A votação final na Câmara foi de 269 votos favoráveis ao projeto e 161 contrários.
O acordo fechado neste fim de semana prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões) e uma elevação no teto da dívida na mesma proporção. A Casa Branca tem um teto legal para a tomada de empréstimos para o pagamento das contas públicas, como o salário dos militares, os juros de dívidas prévias e o sistema de saúde Medicare. O limite atual é de US$ 14,3 trilhões (R$ 22,3 trilhões).
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na noite deste domingo que republicanos e democratas do Senado e da Câmara dos Representantes (deputados) haviam chegado a um acordo para elevar o teto da dívida do país e evitar uma moratória parcial, que poderia ocorrer a partir da terça-feira. O consenso permitirá que Tesouro empreste mais dinheiro para manter os compromissos, em troca de cortes de gastos governamentais de US$ 1 trilhão - valor que deve chegar a US$ 2,4 trilhões em dez anos.
"Gostaria de anunciar que os líderes dos dois partidos em ambas as câmaras chegaram a um acordo que irá reduzir o déficit e evitar um default (não pagamento da dívida), um default que teria efeitos devastadores em nossa economia", disse Obama em declarações na Casa Branca, no domingo. Ele também lamentou a demora e a "bagunça" nas negociações, e agradeceu aos americanos por ajudarem na pressão sobre os políticos.

O acordo foi negociado a portas fechadas entre a Casa Branca e o líder da minoria republicana, Mitch McConnell. Tanto o presidente Obama como o vice-presidente Joe Biden tiveram um papel ativo nas conversas. "Não é o melhor acordo do mundo, mas mostra como mudamos em termos de debate nesta cidade", afirmou Obama.
Entenda No último dia 16 de maio, os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões). Na ocasião, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente, mas só pode continuar dessa forma até a meia-noite de terça-feira.
Segundo levantamentos do governo, o país não teria mais dinheiro disponível para honrar seus compromissos no próximo dia 2 de agosto. Líderes empresariais e financeiros advertiram que o não cumprimento dos pagamentos se traduziria em consequências catastróficas para a frágil economia americana, que ainda luta com um persistente desemprego de 9,2% na esteira da crise global de 2008.
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