A secretária especial de Políticas para as Mulheres, ministra Emília Fernandes, voltou a defender a diferença de cinco anos a menos para a aposentadoria das mulheres em relação aos homens. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Emília Fernandes afirmou que, apesar de alguns setores entenderem que as mulheres vivem mais do que os homens e por isso defendem essa diferença, “é notório observar que o país tem uma dívida muito grande com as mulheres e por isso não adianta só a mulher viver mais, mas ela precisa ter condições de vida mais digna”.
“Esse país tem uma dívida social com as mulheres, nós cuidamos de casa, trabalhamos fora, ganhamos menos do que os homens e não assumimos cargos de decisão e de poder e portanto se justifica a aposentadoria diferenciada”, explicou Emília Fernandes, acrescentando que essa diferença poderá acabar no dia em que o país tratar as mulheres em condição de igualdade.
Emília Fernandes comentou que a participação das mulheres na discussão das reformas é “fundamental para que a sociedade saiba que o sexo feminino sabe o que quer e o que é melhor para conquistar o seu espaço”.
“Nós temos a certeza da importância dessas reformas para o crescimento do nosso país. Este momento é um momento de muita discussão em torno das reformas e, por isso, elas causam tanta polêmica, porque se trata de um assunto complexo, mas que tem toda uma interpretação e uma questão da necessidade de se transformar o país e de se colocá-lo numa agenda diferente, de desenvolvimento, de geração de empregos, de oportunidades e, principalmente, de solidariedade e de igualdade”, ressaltou.
Segundo Emília Fernandes, embora os índices apontem que as mulheres representam 40,4% da população economicamente ativa, ainda existe um índice muito alto, aproximadamente de 50%, de mulheres que trabalham no sub emprego e na informalidade. Ela lembrou, no entanto,que o número de mulheres que trabalham sem carteira assinada e, portanto, sem direitos a vários benefícios, como a aposentadoria, é “extremamente” elevado e, por isso, requer mais atenção.
No encontro, ontem, com o ministro Berzoini, ficou acertado a formação de um grupo de trabalho interministerial composto pelos ministérios da Previdência, do Trabalho e das Secretarias Especiais de Políticas para as Mulheres e da Promoção da Igualdade Racial, que ficará encarregado de discutir alternativas para a inclusão de setores que hoje estão fora do sistema de seguridade social, entre outros assuntos.
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