A Câmara Brasileira do Livro (CBL), entidade de classe representativa das editoras, livrarias, distribuidores e creditistas, defende que o MEC não homologue o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), publicado no Diário Oficial da União, que recomenda a exclusão de Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, do acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), distribuído às escolas públicas. "A obra infantil desse grande escritor brasileiro é referencial e importante para a formação de nossos jovens", salienta Rosely Boschini, presidente da CBL. A líder classista pondera: "As presentes e as futuras gerações não podem ser privadas do acesso a conteúdos literários, em função de citações, como as constantes em Caçadas de Pedrinho, que, na ausência de um contexto histórico e cultural da época em que foram escritos, podem ter conotações pejorativas, discriminatórias e preconceituosas. Por essa razão, devemos entender o parecer do CNE também como um alerta importante para professores, educadores, pais e até mesmo os gestores de políticas públicas como o PNBE. Todos devem orientar as crianças na leitura de obras que tenham aquele tipo de referência, esclarecendo as questões conjunturais pertinentes. No caso dos livros distribuídos nas escolas, boa sugestão seria anexar a eles nota explicativa de contextualização histórica, enriquecendo ainda mais a leitura por parte dos alunos. Na área da cultura, do ensino, da leitura e do conhecimento nunca se deve subtrair, como sugere o CNE, mas sempre somar elementos que contribuam para uma formação intelectual pluralista e ampla de nossas crianças e jovens".
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