Especial Eleições 2010
Seis candidatos ao governo de São Paulo participaram na noite desta
terça-feira (28) de debate promovido pela TV Globo nos estúdios da emissora no
Brooklin, Zona Sul da capital. O encontro durou cerca de duas horas. A mediação
foi do jornalista Chico Pinheiro.
Participaram do debate os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Aloizio Mercadante
(PT), Fabio Feldmann (PV), Paulo Bufalo (PSOL), Paulo Skaf (PSB) e Celso
Russomanno (PP). O posicionamento dos candidatos foi definido em sorteio.
O debate foi dividido em cinco blocos. No primeiro e no terceiro blocos, um
sorteio definiu o tema das perguntas. No segundo e quarto blocos, o tema foi
livre. Um sorteio definiu o candidato que começou as perguntas em cada bloco. Os
tempos foram divididos da seguinte forma: 30 segundos para a pergunta, um minuto
e meio para a resposta, 40 segundos de réplica e 40 segundos de tréplica. No
último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.
O primeiro tema sorteado foi funcionalismo. Paulo Bufalo fez a pergunta a
Geraldo Alckmin. Em seguida, o tucano questionou Paulo Skaf sobre suas propostas
na área da habitação. Após a rodada de respostas, foi a vez de Skaf questionar
Aloizio Mercadante com relação a emprego, que foi o terceiro tema sorteado.
Desenvolvimento econômico foi o assunto seguinte. Aloizio Mercadante perguntou a
Celso Russomanno o que ele faria para que São Paulo liderasse o desenvolvimento
econômico no país.
Depois da resposta, Celso Russomano perguntou a Fabio Feldman o que faria para
resolver o problema da segurança. Na última pergunta do bloco, o candidato do PV
questionou Bufalo sobre suas propostas na área da saúde. Veja as respostas no
vídeo.
No segundo bloco, os candidatos puderam fazer perguntas com tema livre. O
primeiro a perguntar foi Feldmann, que escolheu Alckmin para responder. Ele
questionou o candidato sobre o Código Florestal. Em seguida, Alckmin perguntou a
Skaf quais as propostas dele para a agricultura paulista.
Depois da rodada de respostas, Skaf questionou Mercadante sobre o pré-sal e o
que o candidato faria para aproveitar ao máximo o que a descoberta pode trazer
para São Paulo. Na sua vez de perguntar, o petista escolheu Russomanno para
comentar sobre o salário e o futuro da polícia de São Paulo.
Russomanno perguntou a Bufalo o que ele faria para mudar a saúde pública no
estado. Na última pergunta do bloco, Bufalo questionou Feldmann sobre como ele
avalia o aprimoramento das legislações sobre o meio ambiente. Veja as respostas
no vídeo.
No terceiro bloco, o tema voltou a ser sorteado. O primeiro foi desenvolvimento
no interior. Russomanno escolheu Alckmin e perguntou a respeito da saída dos
jovens do interior de São Paulo à procura de emprego. Com o segundo tema
agricultura, Alckmin perguntou qual a proposta Feldmann para a “agricultura de
São Paulo, compatibilizando com o meio ambiente”.
O terceiro tema foi ação social e Feldmann escolheu Mercadante. Ele citou o
Bolsa Família e perguntou qual a proposta do petista para que as famílias que
recebem o benefício possam, em algum momento, não depender dos programas
sociais. Mercadante precisava fazer uma pergunta sobre saneamento e escolheu
Skaf para responder. Ele citou a Sabesp e questionou o candidato sobre a
política dele para o saneamento básico.
Skaf elaborou uma questão para Bufalo sobre transporte. A pergunta foi qual a
prioridade dele em relação aos investimentos que devem ser feitos em estradas.
Para finalizar o bloco, Bufalo questionou Russomanno sobre meio ambiente. Ele
perguntou qual será a política dele para combater as monoculturas no estado.
Paulo Skaf abriu o quarto bloco, que teve tema livre, e questionou Alckmin sobre
educação. No quinto bloco, o tucano escolheu Paulo Bufalo para falar acerca do
meio ambiente.
Depois da réplica e da tréplica, Paulo Bufalo, lembrando o escândalo dos atos
secretos no Congresso, perguntou a Mercadante sobre coerência na política.
Em seguida, Mercadante questionou Fabio Feldmann sobre o tema da educação, sobre
como melhorar a escola pública em São Paulo.
Após a rodada de respostas, o candidato do PV escolheu a saúde como tema para
questionar Celso Russomanno.
Com direito a uma pergunta, o candidato do PP quis saber de Paulo Skaf suas
propostas na área da segurança pública.
Os candidatos ainda tiveram um minuto cada um para as considerações finais.
Alckmin se exalta e pede respeito a Russomanno em debate
Em debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, da Rede Globo, nesta
terça-feira (28), Geraldo Alckmin (PSDB) se exaltou quando Celso Russomanno, do
PP, discutindo o desenvolvimento do Estado, disse que ele "não anda nas cidades
pequenas", e que sua descrição da situação do interior paulista parece "Alice,
do país das maravilhas". Russomano acrescentou: "os seus números são
fantasiosos. Você conhece numeros para chuchu", disse.
Alckmin reagiu, em tom mais alto: "respeito é bom", acrescentando que São Paulo
cresce acima do PIB brasileiro e que em cidades como Franca, faltam candidatos
para atender a oferta de empregos.
Em mais uma oportunidade que teve, Mercadante voltou a criticar o fato de
Alckmin não questioná-lo nas vezes em que pode escolher a quem fazer perguntas -
ele já havia feito a mesma ressalva no segundo bloco. "Geraldo Alckmin teve a
terceira oportunidade de perguntar para mim. No segundo turno, não vai ter como
fugir do olho no olho. Falar mal de mim no programa eleitoral é fácil", disse.
Em seguida, o candidato petista debateu educação com Fabio Feldmann (PV). "A
saída é uma escola de qualidade", disse Mercadante, criticando o ensino no
governo do Estado. "Como é que a gente pode aceitar que em um Estado como São
Paulo que uma criança chegue na 5ª série sem saber ler nem escrever?",
questionou, repetindo as críticas que têm feito ao atual governo durante toda
sua campanha.
Mercadante se queixa de que Alckmin não faz perguntas para ele
No segundo bloco do debate entre candidatos ao governo de São Paulo promovido
pela Rede Globo nesta terça-feira (28), o candidato do PT, Aloizio Mercadante,
repetiu o que já tinha feito em outros debates e afirmou que seu principal
adversário, Geraldo Alckmin (PSDB), não quer discutir "olho no olho" com ele.
"Ele teve duas oportunidades de perguntar pra mim e não o fez. Não conseguimos
discutir olho a olho. Não temos a oportunidade do debate", queixou-se
Mercadante.
Depois de Mercadante usar seu tempo para criticar a falta de perguntas de
Alckmin, o candidato do PT foi atacado por Paulo Skaf (PSB), que acusou-o de não
defender os interesses paulistas no Senado, no momento em que foi discutida a
repartição dos recursos do petróleo do pré-sal entre os Estados brasileiros.
"Como senador, você não defendeu São Paulo, nem Alckmin como governador. As
vantagens estão indo para outros Estados", afirmou Skaf.
Na tréplica, o petista disse que trouxe diversos benefícios para São Paulo
quando senador. "Infelizmente, o PSDB e o DEM foram contra e pulverizaram os
recursos", disse.
Após ser questionado por Celso Russomanno (PP) sobre o que pretende fazer para
melhorar a saúde, Paulo Bufalo (PSB) criticou a polarização de temas no debate,
como a saúde. "Vou me tornar um especialista em saúde, porque eu gostaria de
debater sobre educação e parece que temos um bate-bola entre aliados aqui".
Perguntado sobre como vê as empresas que desmatam e que continuam ampliando
áreas, Fabio Feldmann (PV) ressaltou a participação da elaboração de uma lei
ambiental brasileira. "Chegou o tempo que nós temos que elaborar uma nova
legislação para complementar a que está aqui. Defendo a licitação sustentável.
Que o poder público compre serviços que sejam sustentáveis ambientalmente",
afirmou.
Sobre meio ambiente, Geraldo Alckmin disse que o Estado tem o segundo projeto de
microbacias para repor a mata ciliar. "Sou daqueles que entendem que o
desenvolvimento econômico pode ser compatibilizado com o meio ambiente". O
tucano também afirmou que "São Paulo foi o primeiro Estado a aprovar uma lei
moderna" sobre as mudanças climáticas.
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