Especial Eleições 2010
O candidato do PSDB à presidência, José Serra, disse nesta quinta-feira (8) que o Código Florestal não deveria ser votado em ano de eleição. "Não é um assunto para ser debatido durante uma campanha eleitoral(...) isso tem que ser discutido de cabeça fria. Acho que o próximo governo deve elaborar uma legislação que seja duradoura consolidando a preservação e o desenvolvimento do País", afirmou o candidato durante sua primeira caminhada ao lado de seu vice, índio da Costa (DEM), no calçadão de Bangu, Zona oeste do Rio de Janeiro.
Durante sua visita ao Rio, Serra defendeu novamente a implantação do ProUni para o ensino técnico, o ProTec. O tucano disse que o programa seria ProTec e teria 1 milhão de vagas. Nesta quarta (7), o candidato tucano prometeu aumentar também o número de vagas do Bolsa Família.
Questionado se ao defender a ampliação de programas do governo Lula não estaria estimulado o voto a sua adversária Dilma Rousseff (PT), Serra alegou não ter entendido a pergunta. "Conversei na estação com um jovem, cuja fala até gravamos porque sintetiza exatamente o que eu penso, que é preciso ter muito mais ensino profissionalizante por todo o Brasil", disse.
O jovem em questão, Diogo de Oliveira (28), técnico em informática, disse que já conhecia o nome de Serra como governador de São Paulo, mas somente nessa quinta ficou sabendo que ele era candidato a presidente.
No calçadão de Bangu, Serra conversou com comerciários como o vendedor de sapatos Paulo Otéris (42) a quem prometeu fazer "tudo para que São Paulo tenha um estádio para a Copa de 2014", caso seja eleito. "Vi a Copa aqui (em 1950 - quando Brasil perdeu a final para o Uruguai no Maracanã) e foi o maior sofrimento da minha vida", lembrou o candidato.
Promessas
José Serra também prometeu novamente ampliar programas de sua própria lavra, como o "Mãe Paulistana", que pretende transformar em "Mãe brasileira". "A mulher quando fica grávida já fica ligada a um médico, faz seis exames pré-natais e já sabe onde vai ter o filho", afirmou o tucano que na área de saúde também defendeu a implantação de 150 policlínicas com 25 especialidades pelo Brasil para desafogar os hospitais de emergência.
O ex-governador de São Paulo voltou a afirmar também que o governo federal deve "mergulhar de cabeça" nas questões da segurança pública e da educação. "Quero criar o ministério da segurança pública, não para dar cargo para companheiro, mas porque o governo federal deve tratar essa questão já que armas como o fuzil que derrubou o helicóptero (da PM em um tiroteio no Rio, durante o ano passado) não são produzidas aqui, elas vem de fora".
Quanto aos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), Serra diz ter ficado feliz por São Paulo ter melhorado durante o período em que foi governador. "O governo federal tem que mergulhar nisso e valorizar o professor não ficar só no 'trololó'".
Embora sua caminhada estivesse marcada para 13h30, Serra chegou somente às 16h20, de trem, ao saguão de Bangu. O candidato foi reconhecido pela maioria dos trabalhadores e populares pelos quais passou, ainda que alguns tivessem dúvidas sobre sua atual situação política. Por sua vez, Índio da Costa, que iniciou sua carreira na zona sul do Rio, passou despercebido na maior parte da caminhada pela zona oeste da cidade. O ex-deputado federal Marcio Fortes (PSDB), candidato a vice-governador na chapa de Fernando Gabeira (PV), e o deputado federal Rodrigo Maia, presidente nacional do DEM, também foram pouco reconhecidos. A aliada mais reconhecida pela população era a candidata à deputada estadual Lucinha (PSDB), vereadora mais votada do Rio em 2008.
