A Polícia Civil de São Paulo prendeu por extorsão o comerciante João Sperandio Neto, 24 anos, considerado um dos principais invasores de redes de dados do Brasil. Após obter informações confidenciais de um banco de investimento, ele exigia US$ 500 mil - cerca de R$ 920 mil- para não desviar US$ 2 milhões. Em depoimento, o acusado admitiu a invasão, mas alegou que a realizou para tentar um emprego na instituição.
A detenção ocorreu na última quinta-feira, na sede da empresa, no bairro Bela Vista, região central da capital paulista. No entanto, a prisão foi divulgada somente neste domingo. De acordo com a polícia, a ação foi mantida em sigilo para apurar se outras pessoas participaram do golpe.
A equipe da DRDCMeios Eletrônicos monitorava o invasor desde o dia 1 de junho, quando integrantes do setor de segurança do banco denunciaram a manobra. À polícia, os funcionários disseram que a instituição passou a receber e-mails onde estavam relacionadas informações sobre senhas de diretores e extratos das movimentações de correntistas.
Segundo os policiais, quem enviava os dados alegava ter a solução para o problema. A proposta era vender um projeto de segurança. O texto era assinado por John. Para tornar ainda mais intrigante a situação, o telefone celular fornecido para contato foi comprado utilizando informações pessoais de um dos diretores do banco.
Outro e-mail, enviado por uma conta diferente, no mesmo dia, prometia desviar US$ 2 milhões das contas. Para evitar, a direção deveria pagar 25% desse valor. O remetente identificou-se como Lino, de acordo com a polícia.
Os policiais agiram durante um encontro do autor do e-mail e da invasão com representantes da instituição financeira. Os agentes identificaram o acusado na abordagem, já que o conheciam de outras ocorrências de invasão a redes bancárias.
Depois de preso, o comerciante admitiu à polícia a invasão e obtenção dos dados do banco. Contudo, negou ser ou conhecer Lino. Segundo ele, seu único intuito era demonstrar a fragilidade do sistema e oferecer uma solução eficiente. Ele ainda confessou ter comprado o chip de celular utilizando números de documentos do diretor da empresa. O acusado foi autuado por extorsão.