O Programa Lixo e Cidadania da Prefeitura de São Bernardo ganhou em primeiro lugar o prêmio EcoPET, da Abepet (Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens de PET). A secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania Laerte Soares recebeu, no dia 6 de dezembro, em solenidade realizada na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o troféu e um cheque no valor de R$ 5 mil. O dinheiro será dividido entre os 53 recicladores de lixo, integrantes dos dois centros de ecologia e cidadania — um no Bairro Assunção e outro na Vila Vivaldi.
O presidente da Abepet, Alfredo Sette, disse que o prêmio EcoPET foi lançado em 1998 com objetivo de incentivar ações relacionadas à reciclagem de lixo, em quatro categorias: monografia e trabalho escolar, pesquisa acadêmica, ações da comunidade e ações empresariais. O Programa Lixo e Cidadania de São Bernardo concorreu como uma ação da comunidade, que foi viabilizada por meio de um projeto social da Prefeitura. “A primeira-dama e secretária Laerte Soares está de parabéns por ter viabilizado esse projeto social. Além de erradicar o trabalho infantil, o programa está gerando renda e resgatou a cidadania das pessoas que sobreviviam da coleta de material reciclável no Lixão do Alvarenga“, disse o presidente da Abepet.
Em seu discurso de agradecimento, a secretária Laerte Soares salientou que o prêmio EcoPET dá visibilidade ao projeto e vai contribuir com sua ampliação. “A intenção da administração municipal é a de criar mais dois centros de ecologia e cidadania. Mas precisamos de um volume maior de lixo reciclável. Por isso, além dos ecopontos, locais onde a população deposita, em compartimentos separados, plástico, papel, alumínio e vidro, estamos solicitando aos empresários da cidade que enviem o que for sucata reciclável em suas empresas para os centros de ecologia”, salientou. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 4177-2823 e 4109-9084.
Para o entregar o troféu à secretária, o presidente da Abepet chamou o deputado estadual Ricardo Trípoli (PSDB), ex-secretário estadual do Meio Ambiente. “A Abepet está de parabéns por promover esse prêmio, que é um incentivo muito importante para projetos como o de São Bernardo”, disse o deputado. Em seguida, a secretária repassou o troféu e o cheque para os dois presidentes das associações dos dois centros de ecologia e cidadania, Reginaldo Rufino dos Santos e Sebastião Florindo de Oliveira.
Ações do programa — O Lixão do Alvarenga, na divisa de São Bernardo com Diadema, foi fechado, por uma iniciativa das duas prefeituras em julho de 2001. Ele era utilizado como depósito de lixo, de forma clandestina, por empresas.
As duas prefeituras enviam o lixo doméstico para o aterro sanitário existente em Mauá. Para recolher o lixo reciclável, a Prefeitura de São Bernardo criou 203 ecopontos. Mas antes de fechar o Lixão do Alvarenga, o prefeito Maurício Soares (PSDB) criou o Programa Lixo e Cidadania, integrado pela maioria das secretarias da Administração Municipal, sob o comando da sua mulher Laerte Soares.
O primeiro passo foi dar assistência às crianças que viviam ajudando seus pais na coleta de material reciclável no Lixão do Alvarenga. Hoje, além das 209 crianças, na faixa etária de 7 a 14 anos, que foram enviadas para a escola e recebem a Bolsa Cidadã de R$ 40 por mês do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, 29 ex-catadores de material reciclável no Lixão do Alvarenga estão trabalhando na casa de reciclagem de lixo, no Bairro Assunção.
“Aqui nós trabalhamos em um local digno, onde o material reciclável chega limpo e separado. Antes, no Lixão do Alvarenga, o trabalho de coleta de material era feito debaixo de sol ou de chuva. Enfrentei isso durante os anos de 1995 e 2001”, lembrou Reginaldo, que trabalha com sua mulher, no Centro de Ecologia e Cidadania do Bairro Assunção.
O programa atende ainda a 24 pessoas que catavam material reciclável nas ruas da cidade. Hoje elas dividem o dinheiro que ganham com a venda de material reciclável, que é enviado pela coleta seletiva ao Centro de Ecologia e Cidadania da Vila Vivaldi. Outros sete jovens, com idade acima de 16 anos estão trabalhando no Projeto Araçari (nome de um pássaro em extinção). Ele está instalado na Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, onde funciona uma oficina de reciclagem de papel. Na oficina é produzido papel reciclável, com o qual são confeccionados convites, cartões para datas comemorativas e marca-textos, dentre outras peças artesanais. Eles também dividem o dinheiro que ganham com a venda desses produtos.
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