O MST, agressivo e prepotente, numa demonstração de força “nunca antes vista na história deste pais”, ofereceu à população mais uma página negra de sua conturbada e discutível existência. A desafiadora destruição de 7 mil pés de laranja, de uma fazenda produtiva invadida no interior de São Paulo, mostrada na TV e nas páginas dos principais jornais, trouxe de volta a indignação pública já verificada em ações criminosas anteriores que, para desapontamento geral, restaram impunes. Agora, até os presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado e membros do primeiro escalão do governo condenaram veemente e publicamente o estúpido acontecido e defenderam a punição dos envolvidos.
Espera-se que o governo – até agora omisso e leniente às travessuras do MST – não venha a usar o rolo compressor para impedir a constituição da CPI que se articula no Senado para apurar, a origem dos recursos utilizados pelo dito movimento social e a sua atividade. Que não repita a ação da Câmara dos Deputados, onde 42 parlamentares foram compelidos a retirar sua assinatura da lista que propunha a CPI. Uma coisa é o presidente ter simpatia pelos “companheiros” do MST, outra é o governo tolerar suas ações ilegais e, pior que isso, ajudá-las financeiramente e ainda garantir a impunidade.
A luta pela reforma agrária é legítima e deve ser permanente. É importante garantir terra e meios para os trabalhadores que efetivamente se dispõe a se fixar na terra e dela tirar o sustento de sua família. Todo governo tem a obrigação de trabalhar nesse sentido, independente da ideologia do governante ou do regime político em vigor. O que não pode acontecer é a luta pela terra transformar-se em bandeira meramente política ou pagamento de campanha eleitoral e trazer para seu bojo indivíduos que não querem a terra, mas a ação política e até o esbulho e a baderna.
Já somam muitos milhares de reais os prejuízos que a turba acobertada para o MST causou a proprietários rurais, empresas e até a instituições públicas através de suas ações. Propriedades chegaram a ser incendiadas na frente da força policial, que esteve de mãos atadas diante da fraqueza ou cumplicidade de seus governos para com o vandalismo dos invasores. Pedágios foram quebrados e repartições impedidas de funcionar e pouco ou nada de responsabilização. Nesse caso é o erário quem sofre os prejuízos, pagos por toda a população, via impostos.
As ações políticas (e até criminosas) do MST são conhecidas em todo o país. Além dos danos materiais, também há mortos e o desassosego social nas áreas onde o movimento age – pasmem – recebendo verbas oficiais para subsistência. Esses acampamentos que se vê, desafiadores, às margens de rodovias, recebem cestas básicas e outros recursos vindos do governo. O mesmo governo que negligencia em saúde, educação e outros serviços de sua responsabilidade.
Espera-se que o clamor decorrente da destruição das laranjeiras não caia no esquecimento, como já ocorreu nas vezes anteriores. Seja um marco para passar a limpo o movimento. Que haja uma ação firme para separar o joio do trigo. Apoiar e assistir aqueles que realmente querem e precisam da terra para dela viver e afugentar com todas as forças os rufiões que usam a reforma agrária apenas como pano de fundo para seus objetivos políticos e de desestabilização e contestação social. Com esses há que se endurecer!
(*) Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) aspomilpm@terra.com.br