Primeiro, teve que provar que conseguiria adaptar bem o maior sucesso literário infantil de todos os tempos para o cinema. Não só conseguiu, como, de lambuja, consagrou-se como o diretor do segundo filme de maior bilheteria de todos os tempos, com US$ 965 milhões arrecadados em todo o mundo.
Columbus está mais à vontade e conciso em ‘’Harry Potter e a Câmara Secreta’’, adaptação do segundo livro da série da escritora britânica J.K. Rowling. Aprendeu a dosar a mão, dando o necessário da ação e de reproduções do livro aos fãs e cinéfilos em geral. Conseguiu fazer, do ponto de vista unicamente cinematográfico, um filme melhor, mais engraçado, emocionante e agradável.
O crescimento é visível também no elenco, de maioria infantil. Todos conhecem melhor seus personagens e estão mais velhos. Por enquanto isso não afeta em nada a história, já que nos livros Harry, o mago criado pelos tios humanos, Ron e Hermione, seus colegas de escola, também crescem de acordo com os volumes. Mas logo a discrepância pode se tornar maior. Tom Felton, que interpreta o vilão mirim e rival de Harry, Draco Malfoy, já mostra sinais de adolescência. Com o terceiro filme projetado para 2004, é possível que um ou outro coadjuvante pareça adulto demais para o papel.
Daniel Radcliffe, o bruxo em carne e osso, está com o rosto mais fino e atitudes grossas. Em ‘’Câmara Secreta’’, Potter tem mais desafios físicos e prova que merece a fama de maior bruxo dos novos tempos.
Potter começa o filme vigiado e preso pelos irritantes tios humanos, que querem impedi-lo de voltar para Hogwarts, a escola dos bruxos. Eles têm o apoio de Dobby, um estranho elfo que surge no quarto de Potter. Cheio de informações que não pode revelar, Dobby comunica a Potter que não é seguro voltar para seu segundo ano letivo.
Ajudado por Ron, Potter consegue ir para Hogwarts, somente para ver alguns de seus amigos misterio-samente petrificados.
Corre pela escola o boato de que a câmara secreta foi aberta. Trata-se de uma antiga história, que remete a fundação do centro de ensino. A câmara, nunca encontrada, seria o abrigo de uma antiga maldição, deixada pelo mago Salazar Slytherin, um dos fundadores de Hogwarts. Ao contrário dos seus três colegas, Slytherin (que na tradução para o português virou o fundador da casa de Sonserina, brasão de Draco Malfoy e de outros bruxos malignos) achava que somente os bruxos 100% puros, isto é, com ambos os pais bruxos, deviam receber ensino. Um dia seu verdadeiro herdeiro voltaria a Hogwarts e abriria a tal câmara, que eliminaria os não puros, chamados de modo pejorativo de sangue ruim.
Harry, Hermione e Ron começam a investigação.
Crêem que o dedo de Draco, preconceituoso e marcado pela atuação arrogante do pai (que aparece no filme pela primeira vez interpretado pelo ator Jason Isaacs, que fará o Capitão Gancho em adaptação de Peter Pan para o cinema), está cravado no coração do mistério.
Ao mesmo tempo, Potter, que revela durante duelo com Malfoy que sabe falar a língua das cobras, é acusado de ser o culpado. O garoto, criado no mundo dos humanos, não sabia que ser um ofidioglota é marca registrada de bruxos maus.
Entre as novidades, destaca-se a divertida e competente participação de Kenneth Branagh como o novo professor de defesa contra as artes das trevas, Gilderoy Lockhart. Mesmo com menor destaque do que no livro, Branagh concede em cada participação humor, simpatia e um tom de cafajeste ao galã canastrão e presunçoso.
Onde assistir:
Extra Anchieta - todas as salas - São Bernardo do Campo
ABC Plaza Shopping - Santo André
Central Plaza Shopping - Santo André
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