"> Obesidade infantil supera desnutrição globalmente pela primeira vez, alerta Unicef

 

Mulher - 14/09/2025 - 11:32:26

 

Obesidade infantil supera desnutrição globalmente pela primeira vez, alerta Unicef

 

Da Redação .

Foto(s): Reprodução Redes Sociais

 

Relatório do Unicef revela que, em 2025, mais crianças e adolescentes estão obesos do que desnutridos no mundo, evidenciando mudanças graves nos padrões alimentares e desafios sanitários globais.

Relatório do Unicef revela que, em 2025, mais crianças e adolescentes estão obesos do que desnutridos no mundo, evidenciando mudanças graves nos padrões alimentares e desafios sanitários globais.

Uma transformação inédita na saúde infantil global foi revelada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Em relatório divulgado este ano, pela primeira vez na história, o número de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos com obesidade superou o de aqueles afetados pela desnutrição. O estudo, que abrange dados de mais de 190 países, aponta que o índice de obesidade nessa faixa etária saltou de 3% em 2000 para 9,4% em 2025. Paralelamente, a prevalência da desnutrição caiu de cerca de 13% para 9,2%.

Esse fenômeno preocupa especialistas por suas graves consequências para a saúde pública. Atualmente, aproximadamente 391 milhões de jovens estão com sobrepeso, dos quais 188 milhões lidam com obesidade. A obesidade infantil é associada a um aumento do risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, podendo impactar o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional dos jovens, além de encerrar em desafios de saúde ao longo da vida adulta.

O Unicef identifica como principal causa essa mudança pela substituição da alimentação tradicional por alimentos ultraprocessados baratos, ricos em açúcares, gorduras não saudáveis, sal e aditivos químicos. A organização alerta que mais da metade das crianças em países de baixa e média renda consome frequentemente doces e bebidas açucaradas, sendo esse quadro agravado pelo marketing agressivo dirigido ao público infantil e adolescente, sobretudo nas redes sociais e escolas.

Embora o Brasil já registre esse panorama há décadas, com a obesidade triplicando de 5% em 2000 para 15% em 2022 entre crianças e adolescentes, enquanto a desnutrição caiu para 3%, a situação é mais aguda em regiões como as Ilhas do Pacífico, onde mais de 30% dos jovens estão obesos. Já países como Chile, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos apresentam índices elevados, com 21% a 27% da população jovem afetada.

Além da mudança nos hábitos alimentares, o relatório denuncia a influência dos ambientes alimentares prejudiciais que moldam as escolhas de consumo infantil, destacando a necessidade urgente de políticas públicas robustas. Medidas recomendadas incluem restrições à publicidade de alimentos nocivos, ampliação da oferta e acesso a alimentos nutritivos, tributação de ultraprocessados, educação alimentar nas escolas e monitoramento rigoroso para proteger crianças dessa epidemia crescente.

O documento destaca ainda que o impacto econômico do sobrepeso e da obesidade poderá ultrapassar US$ 4 trilhões ao ano até 2035, evidenciando uma crise iminente que transcende a saúde e atinge a economia global.

Países como o Brasil têm adotado algumas políticas exemplares, como proibição da venda de ultraprocessados nas escolas, rotulagem clara com alertas sobre ingredientes prejudiciais, restrições à publicidade e proibição do uso de gorduras trans em alimentos industrializados.

O alerta do Unicef é contundente: a obesidade infantil é uma questão de saúde pública que exige ação imediata e coordenada para proteger as futuras gerações de impactos irreversíveis no desenvolvimento e na qualidade de vida.

* Com informações das fontes: Unicef, Agência Brasil, G1, Veja, Poder360 e redes sociais.

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