O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) continua abrindo sua caixa de Pandora e revelando a verdadeira cara do Brasil. Desta vez, está mostrando parte do perfil das cidades brasileiras do interior. Os números que aparecem na pesquisa elaborada pela agência não são dos melhores. O problema da segurança, por exemplo, não é apenas um problema das grandes e médias cidades brasileiras.
O IBGE constatou que apenas 18,9% das nossas cidades têm Guarda Municipal e só 7% delas dispõem de Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher. Diz o IBGE que a ausência delas inibem as mulheres de apresentarem queixas, tanto que, mesmo em pequenos municípios, quando existem Delegacias Especiais cresce o número de atendimentos. Mas não se restringe à segurança pública as áreas essenciais às quais a população do interior não tem acesso.
O resultado em nível nacional indica que somente em 11% das cidades do país existem Conselhos de Defesa do Consumidor. Os números melhoram quando o tema é conselho Tutelar da Criança (68% dos municípios tem) e Conselho de Defesa Civil (em torno de 40%). Onde os dados do interior são muito ruins é na área de cultura, lazer e entretenimento. No item que o IBGE denomina de Equipamentos Culturais, em 2001, foi constatado que só 7,5% dos municípios têm cinema ou alguma sala de projeção - este índice corresponde a cerca de 417 do total de 5.561 cidades.
As coisa melhoram quando se apuraram os números de equipamentos esportivos - aí o índice médio passa para 70%. Ou seja, em 4.393 municípios é possível encontrar estádios de futebol ou quadras poliesportivas. Claro que boa parte destes “estádios” são improvisações de que só a fantástica criativadade dos brasileiros é capaz de inventar. Livrarias são poucas e as bibliotecas são escassas.
O IBGE considerou que papelarias que também disponham de alguns títulos para a venda poderiam ser tipificadas como livrarias, e com este foco seria 42,7% as cidades que disporiam delas. Bandas de músicas existem em maior número que há 10 anos atrás, e perto da metade das cidades brasileiras pode ouvi-las. Já as orquestras são poucas, nem 6% dos municípios as possuem.
Como é coisa recente no Brasil, até que não está ruim o número de provedores da internet - 22,7% das cidades brasileiras. Mas onde o índice é sofrível é na escolaridade dos prefeitos municipais: boa parte deles só tem o primeiro grau e nem sempre completo. De qualquer modo, em seu conjunto o quadro está melhor do que no início dos anos 90.
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